quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Terror dos Sete Mares



O quarto do Jobi em "O terror dos Sete mares"

Vencendo as Dificuldades

Meu maior defeito, nos tranquilos dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um menino persistente.


Foi quando, numa noite, meu pai entregou-me uma tabuazinha de pequena espessura e um canivete, e me pediu que, com este, riscasse uma linha a toda largura da tábua. Obedecí a suas instruções, e, em seguida, tábua e canivete foram trancados na escrivaninha de papai.
A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes; ao fim de uma semana eu não agüentava mais de curiosidade.

A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez, pelo sulco que se aprofundava.

Chegou afinal um dia em que não havia mais mais sulco. Meu último e leve esforço cortara a tábua em duas.


Papai olhou longamente para mim, e depois disse:

- Você nunca acreditaria que isto fosse possível, com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou fracasso de sua vida não depende tanto de quanta força você põe numa tentativa, mas da persistência no que faz.

Foi essa uma lição-de-coisas impossivel de esquecer, e que mesmo um garoto de dez anos podia aproveitar.


Relato de: N. Semonoff
Londres

O Contexto da Educação Infantil

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e destina-se a crianças de zero a seis anos. Ela não é obrigatória, porém um direito a que o Estado tem obrigação de atender.

As instituições que oferecem educação infantil, integrantes dos sistemas de ensino público, são as creches e as pré-escolas. Para estas, a clientela divide-se pelo critério exclusivo de faixa etária (zero a três anos na creche e quatro a seis anos na pré-escola).

As particularidades da faixa etária de zero a seis anos exigem que a educação infantil cumpra duas funções indissociáveis e complementares: cuidar e educar. Contemplar o cuidar na esfera da instituição de educação infantil significa compreendê-lo como parte integrante do educar.

Hoje, o atendimento à criança de zero a seis anos pode ser considerado não só como uma necessidade decorrente das condições de vida nos grandes centros urbanos, mas como uma realidade. As características da nossa sociedade têm imposto a necessidade de as crianças serem colocadas cada vez mais cedo, e num período maior de tempo, em instituições de educação infantil.

O atendimento educacional na faixa etária de zero a seis anos vem correspondendo, há alguns anos, às necessidades e modificações sociais próprias de nossa sociedade.

A inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho, para garantia da sobrevivência da família em suas necessidades básicas ou na realização profissional enquanto indivíduo desencadeou a busca e a oferta por esse tipo de atendimento, tanto na rede pública como privada.

Para Oliveira (1992), a história das creches corresponde às modificações do papel da mulher na sociedade e suas repercussões no âmbito da família, em especial no que diz respeito à educação dos filhos. As modificações que vêm ocorrendo nas creches ao longo dos anos devem ser compreendidas dentro de um contexto sócio-político e cultural que inclui a expansão da industrialização e do setor de serviços, em escala crescente, decorrente da urbanização.

No Brasil, a educação da criança pequena fora do espaço doméstico e do convívio familiar, iniciou-se no final do século XIX a partir de diversos contextos de demandas, ora como forma de combate à pobreza, na perspectiva do Estado, ora como salário complementar, na perspectiva da família.

Os primeiros jardins-de-infância no Brasil, pioneiros das pré-escolas de hoje, foram criados a partir de modelos desenvolvidos em outros países e eram destinados a crianças de famílias mais abastadas, respondiam aos objetivos de socialização e à preparação da criança de quatro a seis anos para o ensino fundamental.(Kishimoto,1986)

Os jardins de infância ou escolas infantis originaram-se no âmbito público governamental com algumas iniciativas particulares. Sua expansão foi lenta e gradual até os anos 1970, apesar de um início de crescimento nos anos 1950 com a criação das classes de pré-primário, anexas aos estabelecimentos de ensino fundamental. (Vieira, 1999).

A Constituição Brasileira de 1988 teve um papel decisivo na afirmação dos direitos da criança, pois ampliou o que a Consolidação das Leis Trabalhistas -CLT de 1942 já consagrava como direito das mulheres trabalhadoras à amamentação de seus filhos, legitimando o direito à educação da criança nos seus primeiros anos de vida.

Ao definir, como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola (Art. 208, inciso IV), a Constituição criou uma obrigação para o sistema educacional, pela qual teve que se equipar para dar respostas a esta nova responsabilidade .

A nova Lei de Diretrizes e Bases -LDB, Lei n°9394 de 1996, incorporou a educação infantil no primeiro nível da educação básica.

Inserida no sistema educacional, a educação infantil é desenvolvida em regime de colaboração nas diferentes instâncias União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Cabe à União a coordenação da Política Nacional de Educação e ao Município o oferecimento da educação infantil em creches e pré-escolas, mas ambas as instâncias mantendo como prioridade o ensino fundamental. Ao Município compete também baixar normas complementares às leis maiores, bem como autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de seus sistemas de ensino, e aqueles mantidos por particulares.

A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Houve um aumento significativo no atendimento em creches e pré-escolas nos últimos anos, refletindo uma tendência à universalização da educação infantil em contexto institucional. Reforça-se, portanto, a concepção de que a creche constitui um bem, uma conquista, um direito não só para o filho da mãe trabalhadora, mas uma instituição educacional potencialmente destinada a todas as crianças.

Ver matéria completa em http://www.dgrh.unicamp.br/tese_novas_criancas/contexto.htm

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Elevador - Abuso Infantil


Disque 100 é o Disque-Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes
Não fique calado!!!
A Criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga (mocinha) ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito…

(…)

Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,

(…)

Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar…
Será o sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes…
A criança é um mundo Precioso/Raro.

(…)

«Os Direitos da Criança », de Matilde Rosa Araújo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hoje é dia de quê?

1908 - Aniversário e Centenário do município de Penápolis - Localizado no Estado de São Paulo - Brasil.

1941 - Aniversário do município de Flórida Paulista - Localizado no Estado de São Paulo - Brasil.

Aniversário do município de Joaçaba - Localizado no Estado de Santa Catarina - Brasil

Dia da Construção Civil.

Dia da Democracia.

Dia do Dentista Brasileiro e da Saúde Dentária.

Dia do Sapateiro.
 
Proclamação de República do Cazaquistão.

Dia do Macarrão (massa).

Islândia - Dia da Fonte dos Desejos.

A paz

A Paz é uma flor .

E quando essa flor murcha

Quer dizer guerra . E nós

não gostamos da guerra, pois não?

Mas para não ficar murcha

tem de se regar.

Por isso tratem bem

essa planta.


Nuno Jan 2001
EB S. João-Ovar

Uma gotinha...

Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Unida a muitas gotinhas

o rio faço crescer.


Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Ao cair num copo cheio

a água nâo pude conter.


Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Após uma noite fria,

sou o orvalho, podes-me ver.

Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Sozinha sou pequenina

junto a muitas grande vou ser.


Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Os raios do lindo Sol

em mim consigo reter

e um lindo arco-íris vou fazer.

Se uma gotinha falasse,

o que iria dizer?

- Evaporo, formo as nuvens

e caio ao solo ao chover.

Se uma gotinha falasse,

tanto iria dizer!


Adaptação de Vaz Nunes 2002

sábado, 23 de outubro de 2010

Tu És o meu Senhor - José o Rei dos Sonhos

O universo infantil – a importância do lúdico

A imagem da criança é sempre um mundo de encantamento e mistério. Freqüentemente nos perguntamos: o que será que essas criaturinhas pensam? Será que verdadeiramente nos entendem? Será que as entendemos? Inúmeras vezes nos surpreendemos com as relações inusitadas que elas fazem.

Algumas dessas relações, consideramos manifestação de brilhantismo intelectual dos nossos pupilos e, outras, pura ingenuidade que nos faz rir durante meses ou anos. Muitas vezes, guardamos registradas na memória essas proezas para aborrecê-los quando adolescentes.

A intriga diante do universo infantil mobilizou pesquisadores e fez nascer teorias valiosas sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança. Dentre essas pesquisas, não podemos negar as contribuições de Piaget ou Vygotsky no campo da psicologia cognitiva. E à psicanálise devemos inúmeras contribuições nos estudos sobre as relações entre a imaginação e a formação da identidade da criança.

A brincadeira fornece um estágio de transição em direção à representação. A chave da função simbólica é a utilização dos objetos como signos e a possibilidade de executar com eles ações representativas.

Na brincadeira, o que é regra torna-se desejo e fonte de prazer, o que no futuro, segundo Vygotsky, constituirá o nível básico da ação e da moralidade.

O desenvolvimento da imaginação associa-se diretamente à aquisição da linguagem, que possibilita à criança imaginar um objeto que ela nunca viu antes, ou seja, a criança aprende a separar-se da ação real através de outra ação, desenvolvendo a vontade, a capacidade de fazer escolhas conscientes e operar com situações que levam ao pensamento abstrato. A ação na esfera imaginativa, numa situação de faz-de-conta, permite a criação da intenção voluntária, de planos de vida real e do que se quer ou se quer ser.

O contato com o lúdico, com o jogo, com o faz-de-conta, neste caso, ultrapassa a idéia de diversão e entretenimento e revela sua importância no desenvolvimento do pensar da criança.

*Dalva Aparecida Garcia

Veja a matéria completa em http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/3729/o-universo-infantil-a-literatura-e-as-novelas-filosoficas

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dados sobre Acidentes

Os acidentes, ou lesões não-intencionais, representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. No total, mais de 5 mil crianças morrem e cerca de 137 mil são hospitalizadas anualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, configurando-se como uma séria questão de saúde pública.

Estimativas mostram que a cada morte, outras quatro crianças ficam com seqüelas permanentes que irá gerar, provavelmente, conseqüências emocionais, sociais e financeiras à essa família e à sociedade. De acordo com o governo brasileiro, cerca de R$ 63 milhões são gastos na rede do SUS – Sistema Único de Saúde.

A boa notícia é que estudos mostram que pelo menos 90% dessas lesões poderiam ser evitadas com atitudes de prevenção!

O trauma no mundo

O trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos jovens, e um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Quando há sobrevida, as seqüelas temporárias ou permanentes têm um índice elevado.

Segundo Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado em dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF, 830 mil crianças morrem vítimas de acidentes, anualmente, em todo o mundo.

(Fonte: ABIB, Simone de Campos Vieira. Prevenção de Acidentes com Crianças. Artigo apresentado no I Fórum de Prevenção de Acidentes com Crianças, São Paulo, 2004)

Leia mais sobre prevenção de acidentes em Dicas importantes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paternidade Participativa em defesa da infância

A entrada da mulher no mercado de trabalho tem subvertido as relações de poder e dominação entre os gêneros. A emancipação feminina e suas reivindicações de participação social são também responsáveis por conflitos e reposicionamentos novos, imperceptíveis nas antigas famílias. Um outro aspecto dessas mudanças segundo Souza e Dias (2003) são os paradigmas capitalistas que promovem apenas o que é monetariamente gratificante, efetivamente contribuem para a subvalorização dos trabalhos domésticos e outros, ligados à figura feminina.

Embora tais transformações repercutam na concepção de paternidade, existem, ainda, no imaginário social, “sobras” da estrutura tradicional. Não se trata apenas de colocar em questão determinado modelo de paternidade, e sim todos os referenciais de identidade individual, aos quais cada um tende a se moldar. Não há, talvez, em qualquer família, vigência de modelos homogêneos: contingências sociais, econômicas e culturais articulam-se aos fatores individuais e emocionais, reorientando a organização da família. Redefinem-se as relações internas e externas (RESENDE, 2001).

Adotar formas alternativas de convivência familiar torna-se, cada vez mais, prática freqüente em nossa sociedade. Criam-se espaços para a manifestação diferenciada da paternidade. Se de um lado, exigências sociais operam pulverizando a figura do provedor, de outro, as famílias buscam a se organizar, formando casais de dupla renda ou de dupla carreira. Emerge então nova figura paterna, não mais ancorada no poder econômico (MONTEIRO, 2001).

A despeito da “minimização” do papel do pai na família, Sutter (2008) faz referencia á Flaquer (1999) que nos informa:

A perda da legitimidade do patriarcado é uma das
mudanças mais importantes que caracterizaram o
fim do século XX, tendo como um de seus
sinalizadores o aumento de famílias monoparentais
chefiadas por mulheres e o ofuscamento da figura do
pai na constelação familiar (p. 75).

Este “ofuscamento” que Flaquer (1999) refere-se desencadeia no homem uma crise no seu papel de pai, o que consequentemente abre a necessidade da emergência para um “novo modelo paterno”.

Nos dias atuais a mídia tem também um papel fundamental na configuração desse modelo paterno. Como afirma Sutter (2008):

O pai embalando o bebê tem sido uma imagem
bastante explorada pela publicidade, o próprio
símbolo de uma paternidade contemporânea que
aponta uma grande novidade: a de que os homens
são capazes de se interessar pelo recém nascido (p. 75).

Ver matéria completa www.maosdadas.org