quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paternidade Participativa em defesa da infância

A entrada da mulher no mercado de trabalho tem subvertido as relações de poder e dominação entre os gêneros. A emancipação feminina e suas reivindicações de participação social são também responsáveis por conflitos e reposicionamentos novos, imperceptíveis nas antigas famílias. Um outro aspecto dessas mudanças segundo Souza e Dias (2003) são os paradigmas capitalistas que promovem apenas o que é monetariamente gratificante, efetivamente contribuem para a subvalorização dos trabalhos domésticos e outros, ligados à figura feminina.

Embora tais transformações repercutam na concepção de paternidade, existem, ainda, no imaginário social, “sobras” da estrutura tradicional. Não se trata apenas de colocar em questão determinado modelo de paternidade, e sim todos os referenciais de identidade individual, aos quais cada um tende a se moldar. Não há, talvez, em qualquer família, vigência de modelos homogêneos: contingências sociais, econômicas e culturais articulam-se aos fatores individuais e emocionais, reorientando a organização da família. Redefinem-se as relações internas e externas (RESENDE, 2001).

Adotar formas alternativas de convivência familiar torna-se, cada vez mais, prática freqüente em nossa sociedade. Criam-se espaços para a manifestação diferenciada da paternidade. Se de um lado, exigências sociais operam pulverizando a figura do provedor, de outro, as famílias buscam a se organizar, formando casais de dupla renda ou de dupla carreira. Emerge então nova figura paterna, não mais ancorada no poder econômico (MONTEIRO, 2001).

A despeito da “minimização” do papel do pai na família, Sutter (2008) faz referencia á Flaquer (1999) que nos informa:

A perda da legitimidade do patriarcado é uma das
mudanças mais importantes que caracterizaram o
fim do século XX, tendo como um de seus
sinalizadores o aumento de famílias monoparentais
chefiadas por mulheres e o ofuscamento da figura do
pai na constelação familiar (p. 75).

Este “ofuscamento” que Flaquer (1999) refere-se desencadeia no homem uma crise no seu papel de pai, o que consequentemente abre a necessidade da emergência para um “novo modelo paterno”.

Nos dias atuais a mídia tem também um papel fundamental na configuração desse modelo paterno. Como afirma Sutter (2008):

O pai embalando o bebê tem sido uma imagem
bastante explorada pela publicidade, o próprio
símbolo de uma paternidade contemporânea que
aponta uma grande novidade: a de que os homens
são capazes de se interessar pelo recém nascido (p. 75).

Ver matéria completa www.maosdadas.org

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